Estou montando lentamente a minha carteira de ações. Como creio que o pior da crise ainda está por vir, estou segurando a grana para torrar quando ela vier. Mas ao mesmo tempo não posso ficar inerte esperando na parada por um onibus que pode não vir, então por mês vou comprar R$ 10.000,00 reais, independente do valor do ibov.
Defini que minha carteira vai ter 20 ações de diferentes empresas, sendo que em média cada uma represente 5% do patrimônio da carteira. Já tenho 12 ações e quando inteirar as 20, volto a comprar as primeiras refazendo o ciclo, caso estejam com preço bom ainda.
Pode parecer muito 20 ações, mas foi o que defini para ter um nível de volatilidade reduzida. Como já disse, não pretendo, nem preciso, de uma rentabilidade absurda, mas apenas 0,8% ao mês superior ao que o ibovespa dá.
Com os critérios de seleção de ação que estou usando, espero que resultem numa carteira com rentabilidade superior ao ibovespa, mas como terá menos ações que o ibovespa (que tem cerca de 65), então terá volatibilidade maior, mas nada que não seja suportável.
O problema de se investir em poucas ações, tipo 3 ou 4, é que o potencial de rentabilidade aumenta muito, mas a volatibilidade atinge níveis que o investidor durante uma baixa exagerada e prolongada acaba se desfazendo dos papéis e não prossegue com sua estratégia até que o resultado apareça. Pretendo no futuro falar mais sobre isso.
Mas o objetivo desse post mesmo é apresentar o Índice Primeiro Bilhão (ipbi). Mais do que saber quanto de grana tenho na bolsa, eu quero saber quanto ela já rendeu, ou melhor quanto que ela já rendeu em comparação com ibovespa. O ibovespa é o meu benchmark. Para isso criei o ipbi que é simplesmente o índice baseado nas ações da minha carteira e ponderado pelo peso delas.
Me deu um certo trabalho para desenvolver o mecanismo de cálculo do ipbi, já que toda vez que comprar e vender ações vou ter que rebalancear o ipbi em função dessas modificações.
Não vou apresentar aqui a planilha com a rotina desses cálculos. Mas a premissa é de que a ação comprada ou vendida afeta o valor do índice na proporção do seu valor em relação ao total da carteira e em função do valor do fechamento ibovespa no dia. A diferença desse sistema em relação ao sistema de quotas é que este desconsidera o valor do ibovespa, ele apenas compara o valor atual da carteira versus a grana injetada na carteira.
E o meu índice me diz quanto eu estou ganhando/perdendo, caso em vez de ter comprado/vendido a ação X, tivesse, com a mesma grana, comprado/vendido o ibovespa.
Em razão desse vínculo, o ipbi é facilmente comparável ao ibovespa. Por exemplo, aqui segue o rendimento da carteira do seu início em 9/5, até os dias em que fiz compras e hoje:
Data | Ibov | Ipbi | Rend |
9/5 | 59786 | 59786 | 0,0% |
11/5 | 59445 | 60601 | 1,9% |
30/5 | 53797 | 55253 | 2,7% |
31/5 | 54490 | 56539 | 3,8% |
25/6 | 53805 | 56555 | 5,1% |
27/6 | 53108 | 56148 | 5,7% |
Ainda é cedo para qualquer conclusão, porém fiquei muito otimista com esse resultado. Em menos de dois meses um descolamento de quase 6% e ganho em todos os períodos medidos. Como preciso de 0,8% ao mês, isso já dá uma folga para compensar os meses que não acompanhar o ibov.
O fato de o ipbi ter começado com 59786 e estar em 56148 não significa que perdi dinheiro na mesma proporção, pois a medida que fiz novas compras com o ibov mais baixo, isso provoca a redução do ipbi também. Na verdade apesar de toda a queda da bolsa desde comecei a comprar, se eu liquidasse a carteira hoje teria um lucro de R$ 200,00.
Ou seja, o ipbi não mede o rendimento da carteira em termos percentuais de dinheiro ganho ou perdido, mas em termos relativo ao ibovespa, caso tivesse investido nesse índice.