quinta-feira, 28 de junho de 2012

Ipbi - Índice Primeiro Bilhão

Estou montando lentamente a minha carteira de ações. Como creio que o pior da crise ainda está por vir, estou segurando a grana para torrar quando ela vier. Mas ao mesmo tempo não posso ficar inerte esperando na parada por um onibus que pode não vir, então por mês vou comprar R$ 10.000,00 reais, independente do valor do ibov.

Defini que minha carteira vai ter 20 ações de diferentes empresas, sendo que em média cada uma represente 5% do patrimônio da carteira. Já tenho 12 ações e quando inteirar as 20, volto a comprar as primeiras refazendo o ciclo, caso estejam com preço bom ainda.

Pode parecer muito 20 ações, mas foi o que defini para ter um nível de volatilidade reduzida. Como já disse, não pretendo, nem preciso, de uma rentabilidade absurda, mas apenas 0,8% ao mês superior ao que o ibovespa dá. 

Com os critérios de seleção de ação que estou usando, espero que resultem numa carteira com rentabilidade superior ao ibovespa, mas como terá menos ações que o ibovespa (que tem cerca de 65), então terá volatibilidade maior, mas nada que não seja suportável.

O problema de se investir em poucas ações, tipo 3 ou 4, é que o potencial de rentabilidade aumenta muito, mas a volatibilidade atinge níveis que o investidor durante uma baixa exagerada e prolongada acaba se desfazendo dos papéis e não prossegue com sua estratégia até que o resultado apareça. Pretendo no futuro falar mais sobre isso.

Mas o objetivo desse post mesmo é apresentar o Índice Primeiro Bilhão (ipbi). Mais do que saber quanto de grana tenho na bolsa, eu quero saber quanto ela já rendeu, ou melhor quanto que ela já rendeu em comparação com ibovespa. O ibovespa é o meu benchmark. Para isso criei o ipbi que é simplesmente o índice baseado nas ações da minha carteira e ponderado pelo peso delas.

Me deu um certo trabalho para desenvolver o mecanismo de cálculo do ipbi, já que toda vez que comprar e vender ações vou ter que rebalancear o ipbi em função dessas modificações.

Não vou apresentar aqui a planilha com a rotina desses cálculos. Mas a premissa é de que a ação comprada ou vendida afeta o valor do índice na proporção do seu valor em relação ao total da carteira e em função do valor do fechamento ibovespa no dia. A diferença desse sistema em relação ao sistema de quotas é que este desconsidera o valor do ibovespa, ele apenas compara o valor atual da carteira versus a grana injetada na carteira.

E o meu índice me diz quanto eu estou ganhando/perdendo, caso em vez de ter comprado/vendido a ação X, tivesse, com a mesma grana, comprado/vendido o ibovespa.

Em razão desse vínculo, o ipbi é facilmente comparável ao ibovespa. Por exemplo, aqui segue o rendimento da carteira do seu início em 9/5, até os dias em que fiz compras e hoje:

Data Ibov Ipbi Rend
9/5 59786 59786 0,0%
11/5 59445 60601 1,9%
30/5 53797 55253 2,7%
31/5 54490 56539 3,8%
25/6 53805 56555 5,1%
27/6 53108 56148 5,7%

Ainda é cedo para qualquer conclusão, porém fiquei muito otimista com esse resultado. Em menos de dois meses um descolamento de quase 6% e ganho em todos os períodos medidos. Como preciso de 0,8% ao mês, isso já dá uma folga para compensar os meses que não acompanhar o ibov.

O fato de o ipbi ter começado com 59786 e estar em 56148 não significa que perdi dinheiro na mesma proporção, pois a medida que fiz novas compras com o ibov mais baixo, isso provoca a redução do ipbi também. Na verdade apesar de toda a queda da bolsa desde comecei a comprar, se eu liquidasse a carteira hoje teria um lucro de R$ 200,00.
 
Ou seja, o ipbi não mede o rendimento da carteira em termos percentuais de dinheiro ganho ou perdido, mas em termos relativo ao ibovespa, caso tivesse investido nesse índice.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Batendo o Ibovespa

Relembrando o meu segundo post, para produzir um bilhão de reais vou precisar de três ingredientes: aporte inicial de R$ 500.000,00, aportes mensais de R$ 5.000,00 e rentabilidade acumulada de 27,1% ao ano. O primeiro já tenho. O segundo espero tê-lo ao longo dos 30 anos. Fácil, né? De jeito nenhum. O terceiro ingrediente é o mais difícil de todos, 27% ao ano é muita coisa, pior ainda quando se precisa de 30 anos seguidos com essa rentabilidade.

A forma que decidi tentar conseguir essa rentabilidade é na bolsa de valores. Nada de negocio próprio, imóveis, gado, nada real que gere PIB, isso dá trabalho demais. Mas só bolsa de valores é meio vago né, pois sabemos que a bolsa oferece várias possibilidades de investimentos. Buy&hold, short selling, derivativos, futuros, trades, micos, um combinando com o outro gera muitas formas de se operar.

Eu optei pelo arroz com feijão, ou seja, comprar ações de empresas boas e baratas, que paguem bons dividendos, e reinvesti-los. Eventualmente alugar algumas. Simples assim. Uma receita para lá de batida.

A questão que não me sai da cabeça é como conseguir os 27% ao ano.

Verificando quanto deu a rentabilidade do ibovespa do final de dezembro de 1994 ao final de maio de 2012, temos que o índice partiu de 4.353,92 e atingiu 54.490,41 pontos. Isso dá um retorno acumulado nesses 17 anos e 5 meses de 1.151%. Ou 15,6% ao ano ou 1,16% ao mês.

Esse ganho é apenas nominal, não considera a inflação do período, mas como já disse nos posts passados, não estarei considerando a inflação desde que ela permaneça nos níveis presentes. Por este motivo não ampliei o cálculo da rentabilidade do ibovespa para antes de 1994 devido a hiper inflação à época, o que gerava um ganho nominal alto do ibovespa, mas que não era real, mas apenas compensação da inflação. Se quisesse usar períodos dessa época teria que descontar a inflação, mas como não confio nos índices da inflação daquela época, vou ficar apenas com o histórico de 17 anos e 5 meses.

Fiz esse cálculo apenas para mostrar que se eu tivesse investido em um ETF que replicasse o ibovespa, a minha meta não seria cumprida. Na verdade, assumindo essa rentabilidade do ibovespa para o futuro, eu levaria 50 anos a partir do mesmo aporte inicial e mensal. Por esse motivo os ETF estão fora de cogitação, pois ainda que tenham outros que não sigam o ibovespa, como não tem um histórico longos deles, não tem como eu assumir uma rentabilidade média.

Como o meu investimento se baseará em uma carteira de ações e isso é renda variável, eu não tenho como garantir que anualmente conseguirei os 27%, pois esse valor seria na média, mas na prática uns anos vão dar mais, outros menos e alguns até negativo. Então para se saber se a minha carteira está perfomando bem a cada momento, nada mais natural que o benchmark para aferir isso seja o próprio ibovespa.

Sabendo que eu preciso de 27,1% ao ano e o ibovespa me dá 15,6%, então eu preciso conseguir um rentabilidade anual de 9,95% superior ao ibovespa (1,271/1,156=1,0995), ou 0,8% capitalizado ao mês.

Assim, mês a mês poderei comparar a rentabilidade da minha carteira perante o ibovespa e ver se estou conseguindo 0,8% de ganho sobre o que o ibovespa deu. Por exemplo: ibov rendeu 5% num mês, a minha carteira tem que ter rendido 5,84% (1,05x1,008=1,0584); ibov rendeu 20% num mês, a minha carteira tem que ter rendido 20,96% (1,2x1,008=1,2096); ibov caiu 10% num mês, a minha carteira tem que ter caído 9,28% (1-0,9x1,008=0,0928).

É claro que nem essa meta mensal é garantida, assim qualquer ganho acima da meta é benvinda para compensar ganhos abaixo da meta em outros meses, ou pior, abaixo do próprio ibovespa.

No próximo post vou discorrer sobre como pretendo montar minha carteira e controlar fidedignamente a sua rentabilidade.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O milagre dos juros compostos

Bem, aqui segue como eu pretendo me tornar bilionário. Como eu já disse, tenho um patrimônio de um pouco mais de um milhão de reais. Nada de herança, mega sena ou produto de crime, tudo dinheiro poupado do salário e acumulado ao longo de vários anos. Eu não sou um garoto recém formado que começou a poupar agora, já tenho uma vida de trabalho e economia, assim não veja meu patrimônio como algo absurdo se você esta começando agora, mas veja como um objetivo factível mediante frugalidade e paciência.

Desse patrimônio mais da metade dele é o imóvel em que resido, então não posso contar com essa parte do patrimônio para alcançar a meta do bilhão, pois, nesse sentido, ainda sou meio conservador e acredito que ter o seu imóvel próprio e quitado é uma forma de segurança familiar.

Assim, me sobra mesmo para fazer o que eu quiser R$ 500.000,00 para investir. Esse é o aporte inicial que tenho para para dar o pontapé inicial na bola de neve do bilhão.



 O segundo ponto para minha acumulação é o aporte mensal que posso fazer. Graças a uma ótima qualificação, eu tenho um salário bem acima da média do brasileiro e posso aportar R$ 5.000,00 por mês.

Aqui faço uma observação para quem está começando a trabalhar e poupar. No começo da acumulação os aportes são muito mais importantes que a rentabilidade que você consegue. Assim, se preocupe em ter a maior renda possível, seja se qualificando mais, fazendo hora-extra, tendo vários empregos, fazendo concurso, etc. No decorrer do crescimento do patrimônio os aportes começarão a ter menor influência relativa, mesmo se aportando o mesmo valor, e o valor gerado pela rentabilidade crescerá em importância até o ponto em que os aportes mensais serão irrelevantes perante a rentabilidade mensal.

Voltando ao bilhão, de posse desses dois parâmetros, aporte inicial de 500k e aporte mensal de 5k, além do prazo para a meta, já dito no primeiro post, de 30 anos, o que dá 360 meses, juntando tudo isso na minha HP 48G, encontro que preciso de uma rentabilidade mensal de 2,02% ao mês ou 27,1% ao ano. Lembrando que tudo na forma nominal e desprezando-se a inflação, conforme explicado no primeiro post. Essa é a receita para cozinhar um bilhão de reais em 30 anos.

Bem, esse é meu desafio, obter na média rendimento de 2,02% ao mês por 360 meses seguidos. Onde investir e como fazer para conseguir isso, veja no meu próximo post.

sábado, 2 de junho de 2012

Aqui tudo começa

Este é apenas mais um blog de alguém querendo acumular riqueza como tantos outros na internet. Para isso todos nós investidores temos sempre um objetivo futuro para justificar a economia, a vida frugal e canalizar o máximo de recursos para os investimentos. Um desses objetivos mais comuns, e lógico, é a bendita independência financeira. Não ter chefe, não ter que cumprir horário, não ter que trabalhar, simples assim.

No meu caso, eu ainda sou escravo do trabalho, mas não vou usar a independência financeira para me motivar. O meu objetivo financeiro é conquistar o primeiro bilhão de real. Isso mesmo, eu quero conseguir ajuntar um patrimônio de um bilhão de reais. É claro que muito antes de atingir a minha meta já vou estar vivendo só de renda, afinal ninguém precisa de um bilhão para se libertar. Mas isso não muda nada, o meu objetivo é virar bilionario.

Eu sei que parece loucura, que devo ser o único blogueiro com uma meta tão ousada, mas é isso mesmo. Nem pesquisei, mas se alguém souber de algum blogueiro com meta parecida me avise.

Mas por que essa meta? Bem, isso é muito simples, é que eu já sou milionário, assim me parece natural que o próximo passo seja virar um bilionário. Mas não se iludam achando que sou ricaço, longe disso, apenas tecnicamente sou milionário. Como assim? É que ajuntando todo o meu patrimônio líquido dá um pouco mais de um milhão de reais, então posso dizer sem mentir que sou milionário.

A maior parte do meu patrimônio está em imóveis, e como se valorizaram muito nos últimos anos, como qualquer outro imóvel, acabei sem querer virando milionário. Na verdade, um milhão está bem banalizado, não é mais aquela coisa que foi um dia, tudo graças a inflação. Não estou tripudiando ninguém que ainda esteja longe do primeiro milhão, mas qualquer um que tenha um bom apartamento quitado de três quartos em um grande capital está próximo de receber o título de milionário. Mas convenhamos desde quando alguém que tem um ap de três quartos se enquadra no nosso sonho de um milionário?

Por isso que o meu objetivo é virar bilionário. Isso sim ainda tem valor. É certo que não vai ser rápido, estimo levar 30 anos. Tampouco não me importará o valor real de 1 bilhão quando eu conquistá-lo. O que quero é valor nominal de um bilhão de patrimônio para que eu auto me intitule Bilionário. Nesse sentido a inflação vai me ajudar pois ao longo de 30 anos vai corroer o valor do bilhão e ficará mais fácil alcançá-lo. Lógico que estou falando de inflação no padrão atual, se tiver hiperinflação no futuro vou alcançar a meta em poucos meses, mas daí não vai valer nada mesmo, como não valia na decáda de 80.

Paro aqui, mas no próximo post narrarei como vou pretendo conseguir minha meta. E RUMO AO BILHÃO!