sábado, 1 de dezembro de 2012

Rentabilidade - Novembro de 2012

Olá a todos, vamos ao nosso balanço do mês. Conforme prometido esse mês foi aporte triplo para compensar setembro e outubro sem aportes. O rendimento mensal em cota foi de 1,14% contra 0,71% do Ibovespa. Isso dá 0,42% acima do índice, portanto não atingi a meta de pelo menos 0,80% acima. Mas no acumulado do ano estou acima da meta.


Girei bastante a carteira, comprando com a grana do aporte e com o levantado da venda de algumas empresas. Recebi ao todo R$ 196,00 de proventos de seis ações, que foram usados nessas compras.

Essa é minha carteira com 25 empresas, sendo que cada uma compõe cerca de 4% do total. Em dezembro o aporte volta ao normal.
 


aviso que a publicação do balanço de dezembro vai atrasar, pois estarei flanando na Europa. Afinal, se vier o fim do mundo, que pelo menos seja desfrutando no velho continente.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Investir com base no P/VP é eficaz?

Olá a todos, volto aqui para falar de outro múltiplo muito usado na seleção de ativos. Nesse post Investir com base no Preço/Lucro é eficaz? eu apresentei os resultados de uma carteira montada exclusivamente com base no Preço/Lucro. Agora eu vou falar do múltiplo P/VP e apresentar os resultados que teríamos com uma carteira montada exclusivamente com esse múltiplo.

Esse múltiplo é muito famoso também e bastante utilizado principalmente pelos investidores que adotam a filosofia de investir em valor.  

Resumidamente, o P/VP é razão entre o preço da ação e o valor patrimonial da ação. O primeiro é simplesmente o preço da ação na bolsa de valores. O segundo é o valor patrimonial de uma ação calculado com base no patrimônio líquido lançado no balanço contábil da empresa e no número de ações do capital social.

Valores abaixo de 1 significam que o preço da ação no mercado é inferior ao valor contábil dela e acima de 1 o inverso. A teoria do investimento em valor prega que quanto menor o P/VP melhor. Mas será?

Os resultados abaixo foram tirados do livro What Works on Wall Street de James O'Shaughnessy. Mas primeiro, há que se entender como e quais os critérios utilizados por ele para se calcular os benefícios do P/VP na seleção de ações por meio de uma análise quantitativa simulada em computador. O período estudado vai de 1927 a 2009, portanto incríveis 83 anos.

Ele com base no preço histórico de cada ação e do seu valor patrimonial calculou o P/VP do total de ações e ordenou do menor para o maior P/VP. Daí, ele montou várias carteiras virtuais no qual ele investia $10.000 no conjunto de ações que integrasse cada faixa de 10% da ordenação de P/VP. O valor investido era rateado igualmente entre todas as ações que integrasse esse cada decil (10%).

O investimento era todo feito num determinado mês e rebalanceado a cada 12 meses, com base numa nova ordenação de P/VP, do menor para o maior. Para evitar a tendência de um mês do ano ser melhor para comprar ou vender do que outros meses, ele montou, na verdade, doze carteira para cada decil, cada uma com o investimento e rebalanceamento num determinado mês, e daí calculou o resultado médio. Nenhum investimento era feito ao longo do estudo, portanto existia apenas o investimento inicial que era rebalanceado anualmente.

A primeira coluna apresenta o resultado da carteira montada com as ações dos P/VP 10% menores. A segunda coluna é o resulado com uma carteira montada com a faixa dos 20%. A última coluna é o resultado de uma carteira composta por todas as ações existentes, que representam o desempenho do mercado.


Primeiro decil Segundo decil Todas ações
Retorno médio ao ano 11,33% 12,68% 10,46%
Desvio padrão 29,26% 23,73% 21,67%
Meses positivos 603 622 606
Meses negativos 393 374 390
Índice Sharpe 0,22 0,32 0,25
$ 10.000 virou $ 74.047.642 $200.324.516 $38.542.780
 
A primeira observação é que o primeiro decil, o conjunto de 10% de ações com os menores P/VP não apresentou o melhor resultado, diferentemente do resultado carteira P/L que respeitou religiosamente a regra de que quanto menor melhor. O melhor resultado foi encontrado no segundo decil.

O primeiro decil, além de ter perdido no rendimento acumulado para o segundo decil, apresenta maior volatilidade medida pelo desvio padrão. O resultado disso é que o primeiro decil apresenta índice Sharpe bem abaixo do do segundo decil e até abaixo do Sharpe do mercado.

O índice Sharpe serve para comparar a eficiência da rentabilidade de uma carteira. Como de investimentos com maior risco se espera maior rentabilidade do que de um de menor risco, é injusto comparar a rentabilidade obtida por investimentos com riscos diferentes. Então, para isso, existe esse índice que permite comparar qualquer tipo de investimento, mesmo com rentabilidades e riscos diferentes um dos outros. Esse índice quanto maior melhor.

Em termos de índice Sharpe, o melhor decil mesmo foi o terceiro. Com rendimento de 12,28%, inferior ao do segundo, mas com volatilidade menor de 21,58%, acabou com Sharpe de 0,34.

A tabela abaixo mostra o desempenho de cada decil. Se alguém tivesse investido no décimo decil teria com seus 8,1% de rentabilidade anuais produzido $6.440.263 a partir do $10.000 contra os duzentos milhões do segundo decil.

 
A tabela abaixo ilustra melhor a comparação do rendimento de cada decil e do mercado.

 
O gráfico abaixo tirado do livro mostra o excesso de rentabilidade da carteira do primeiro decil P/VP sobre o mercado, considerando uma média móvel de 5 anos. Infelizmente o livro não trás esse mesmo gráfico para o segundo decil, que foi de melhor resultado.


Pelo gráfico vê-se que o baixo P/VP no geral bate o mercado, porém há longos períodos de até dez anos em que esse múltiplo perde do mercado. Por conta disso, o autor alerta para análises desse múltiplo com períodos pequenos, pois dependendo do período estudado é possível concluir que o P/VP ganha, perde do mercado ou até é indiferente.

Pelos resultados não há como negar que existe relação entre o P/VP e o rendimento, porém considero esse múltiplo um drive mais fraco que o P/L. Primeiro pelo rendimento inferior do primeiro decil, provavelmente contaminado com empresas falimentares de baixo P/VP, o que exige não apenas uma ordenação com se fez com o P/L, mas um poda dessa ponta podre. Segundo que o rendimento apresentado foi inferior ao do P/L.  

Mas e você? ainda se sente tranquilo comprando mplu3, natu3, lame4 e cruz3, todos com P/VP maior que 20, quando a média do mercado das empresas com patrimônio líquido positivo é de 2,15?

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Rentabilidade - Outubro de 2012

Olá a todos, mais um mês que vai e meta atingida. A carteira caiu 2,41% contra queda de 3,56% do Ibovespa. Assim, fiquei a frente do índice por 1,19%, acima da minha meta de 0,80%. Apesar de ter perdido dinheiro isso não importa, porque o conta para mim é a meta cumprida ou não. Tanto é que em setembro obtive um excelente ganho de 2,94%, mas como o índice subiu mais que isso eu não cumpri a meta. Ou seja, este mês estou feliz, mesmo perdendo dinheiro, e mês passado fiquei triste, mesmo ganhando dinheiro.



Mais um mês que não fiz aporte. Preferi aguardar a safra de balanços que já começou. Então em novembro vai ter aporte triplo. Não se assustem com o valor. Abaixo segue a carteira atual. Destaque para elet3 e rsid3, que estão afundando o rendimento. Em compensação tem fjta4. Recebi uns troquinho de proventos que estão na conta da corretora, num lembro agora, mas não deu cem reais.


Novembro, então, vai ser movimentado para mim. Muitas compras depois de dois meses só babando nas prateleiras. Até logo.

sábado, 13 de outubro de 2012

Investir com base no Preço/Lucro é eficaz?

Olá gente, esse é o primeiro post que faço para tratar de algum assunto de investimento, que não sobre a rentabilidade da minha carteira.

Um dos mais antigos métodos para seleção de ações é a análise dos dos múltiplos de um grupo de ações. Um múltiplo é simplesmente a razão entre dois parâmetros de alguma relevância para o investidor. O objetivo do múltiplo é permitir a comparação entre diversas ações e assim raqueá-las da mais barata à mais cara com base num mesmo critério.

Existem dezenas de diferentes múltiplos, mas existe um que é disparado o mais popular: Preço/Lucro, ou simplesmente P/L. Devido a sua simplicidade de cálculo, facilidade de entendimento e principalmente por compreender dois parâmetros obviamentes importantes para o investidor, o preço que ele paga e o lucro que dá pelo o que ele está pagando, esse múltiplo é o mais divulgado, observado e discutido do universo das ações. E a crença popular diz que quanto menor o P/L melhor.

Mas então fica a pergunta: o P/L é realmente eficaz na seleção de ações baratas e com potencial de valorização? se sim, quanto eficaz?

No Brasil, só é possível responder essas perguntas qualitativamente, com base na experiência e sentimento de investidores e gestores, pois não há estudos de longo prazo sobre isso. Porém, nos EUA, país das estatísticas, James O'Shaughnessy tem respondido essas perguntas desde 1996, quando lançou o seu livro What Works on Wall Street. Este livro teve a quarta edição lançada no ano passado e vou aqui apresentar os resultados que ele encontrou.

Primeiro, há que se entender como e quais os critérios utilizados por ele para se calcular os benefícios do P/L na seleção de ações por meio de uma análise quantitativa simulada em computador.

Ele com base no preço histórico de cada ação e do lucro da época calculou o P/L do total de ações (13.000 ao longo do período estudado) e ordenou do menor para o maior P/L. Daí, ele montou uma carteira virtual no qual ele investia $10.000 no conjunto de ações que integrasse os 10% com os menores P/L. O valor investido era rateado igualmente entre todas as ações que integrasse esse primeiro decil (10%).

O investimento era todo feito num determinado mês e rebalanceado a cada 12 meses, com base numa nova ordenação de P/L. Para evitar a tendência de um mês do ano ser melhor para comprar ou  vender do que outros meses, ele montou, na verdade, doze carteira, cada uma com o investimento e rebalanceamento num determinado mês, e daí calculou o resultado médio. Nenhum investimento era feito ao longo do estudo, existia apenas o investimento inicial que era rebalanceado anualmente.

Não vou entrar em detalhes, mas ele teve cuidado para evitar a influência de look-ahead bias, survivorship bias e data mining

O período estudado vai de 1964 a 2009, portanto 46 anos. Interessante registrar que ele diz que para ter 95% de confiabilidade são necessários pelo menos 25 anos de dados, pois dependendo de fatores da conjuntura econômica, as estratégias baseadas em múltiplos apresentam desempenhos diferentes, assim, afim de compreender todas essas variações, quando mais longo o período avaliado, mais relevante o resultado e vice versa.

Chega de papo e vamos ao que interessa:

A primeira coluna apresenta o resultado da carteira montada com as ações dos P/L 10% menores. A outra coluna é o resultado de uma carteira composta por todas as ações existentes, que representam o desempenho do mercado.


Primeiro decil Todas ações
Retorno médio ao ano 16,25% 11,22%
Desvio padrão 18,45% 18,99%
Meses positivos 351 329
Meses negativos 201 223
Índice Sharpe 0,61 0,33
$ 10.000 virou $ 10.202.345 $ 1.329.513

Verificamos que a carteira baixo P/L bateu o mercado por uma diferença de 5% ao ano. Pode parecer pouco, mas aguarde para ver o que juros compostos fazem.

O desvio padrão indica a volatilidade da carteira, o que pode ser entendido também como risco. Maior desvio padrão, maior volatilidade e maior risco. O desvio padrão das carteiras foram similares, mas a carteira baixo P/L foi um pouco melhor.

Isso é ótimo, pois significa que além de retorno maior, esse retorno não veio acompanhado de risco maior, algo normal no mundo dos investimentos, até pelo contrário, o risco foi até menor.

Ao longo dos 46 anos, a carteira baixo P/L ficou mais meses com ganhos que o mercado.

O índice Sharpe serve para comparar a eficiência da rentabilidade de uma carteira. Como de investimentos com maior risco se espera maior rentabilidade do que de um de menor risco, é injusto comparar a rentabilidade obtida por investimentos com riscos diferentes. Então, para isso, existe esse índice que permite comparar qualquer tipo de investimento, mesmo com rentabilidades e riscos diferentes um dos outros. Esse índice quanto maior melhor.

Então vemos que como os riscos são similares, mas a rentabilidade da carteira baixo P/L é maior, o seu Sharpe também é maior.

Agora veja o resultado financeiro do juros compostos. Ao final de 46 anos, os $10.000 viraram mais de dez milhões, enquanto o mercado fez pouco mais de um milhão. Uma diferença de 650%.

O gráfico abaixo tirado do livro mostra o excesso de rentabilidade da carteira baixo P/L sobre o mercado, considerando uma média móvel de 5 anos. O desempenho do baixo P/L foi superior 90% do tempo.


A tabela abaixo mostra o desempenho de cada decil. Interessante notar que menor P/L sempre é uma situação vencedora. Não há decil que desrespeite a regra de que quanto menor melhor. Se alguém tivesse investido no décimo decil teria com seus 5,5% de rentabilidade anual produzido $118.000 a partir do $10.000 contra os mais de dez milhões do primeiro decil.


 A conclusão de O'Shaughnessy é que baixo P/L rende substancialmente melhor que o mercado pelo mesmo risco oferecido. Cita que isso é algo que Graham e Dodd já sabiam na década de 40, tanto que no livro Security Analysis, eles dizem "Pessoas que habitualmente compram ações com P/L maior que 20 são prováveis perdedoras de dinheiro no longo prazo"

A minha conclusão é que de fato o P/L é um drive poderoso para indicar potencial de rentabilidade. Se a única informação que eu tivesse entre duas ações fosse o P/L não teria dúvida de pegar o menor. Mas nunca temos somente esse informação, não é? Temos também vários outros múltiplos. Mas isso é assunto para outros posts.

Mas e você? ainda se sente tranquilo comprando ambv4, natu3 e cruz3 com P/L de 27, quando a média do mercado é de 12?

sábado, 29 de setembro de 2012

Rentabilidade - Setembro de 2012

Este mês não alcancei minha meta. Em julho também não tinha conseguido, mas agora foi bem pior, pois perdi também para o Ibovespa. Foi a primeira vez que isso aconteceu. O meu rendimento foi de 2,94%, contra 3,70% do Ibovespa. Isso fez queimar um gordura de rendimento que eu tinha sobre o Ibovespa. O ganho acumulado no ano baixou de 5,32% para 4,55%, mas ainda acima da meta acumulada de 3,24%.


Como você deve ter notado eu não aportei nada este mês. Isto se deu, porque quando o Ibovespa disparou a partir da segunda semana de setembro eu fiquei bloqueado com a alta e não consegui seguir com a minha diretriz de aportar 10k por mês. Confesso que isso foi errado, pois tenho que pensar no longo prazo e não em variações momentâneas.

Por sorte, houve um recuo parcial dos preços e vou tentar compensar o aporte em outubro, se bem que em novembro começa a safra de balanços e não gosto muito de comprar às vesperas de balanço, pois é quando os múltiplos fundamentalistas estão os mais velhos possíveis. 

A única mudança na carteira foi que vendi pomo3 por R$ 10,45. Entrou na conta uns trocados de dividendos do Banco do Brasil.
 


Apesar da queda do Ibovespa nos últimas dias de setembro, até que o mercado fechou bem generoso. Bem diferente do que eu imaginava que iria ser. Mas como meu pessimismo não mudou nada, não espero nada de bom para outubro.

sábado, 1 de setembro de 2012

Rentabilidade - Agosto de 2012

Esse mês foi espetacular. Bati a minha meta com folga. O melhor ainda que foi de virada. Explico. Até a terceira semana de agosto o rendimento da minha carteira estava oscilando em torno do rendimento do Ibovespa, porém na última semana descolou do Ibovespa e até ultrapassou a meta. Obtive no mês rendimento de 3,50% contra 1,72% do Ibovespa. Rendimento 1,75% superior, portanto atingindo a meta que estipulei de 0,80% superior ao Ibovespa.
 


O aporte foi de R$ 10.000. Pingou na corretora também R$ 53,00 de proventos da eter3, goau3, bbas3 e pcar4. Terminei o mês com R$ 42.494,60. O rendimento acumulado no ano desde maio é de 10,26%, assim 5,32% acima do Ibovespa no mesmo período. Pela meta acumulada eu deveria ter no mínimo 2,42%, então estou quase 4 meses adiantado. Verde é acima da meta, vermelho abaixo. Tudo é ganho real calculado pelo sistema de cotas.

Outra forma de ver a valorização acumulada frente ao Ibovespa é verificar que o valor da cota fechou em R$ 600,82, o que equivale a 60.082 pontos, enquanto Ibovespa fechou em 57.061. Isso é possível, porque quando iniciei o investimento em maio adotei o valor da cota igual ao Ibovespa de então (544,90 = 54.490).

Divulgo pela primeira a minha carteira, porque este mês com as compras que fiz atingi a faixa de papéis que pretendo manter. Tenho 23 papéis e pretendo ter entre 20 a 25.


Fração é o percentual do valor atual do papel no total da carteira. Quant é total de ações. Cotação, valor de fechamento de agosto. Preço médio, o valor de compra. Rend, o rendimento da compra até esse fechamento. Além desses papéis, sobrou R$ 1.150,00 na conta da corretora.

O peso dos papéis varia de 2,5% a 8% da carteira por causa do preço variado do lote mínimo, já que evito o fracionário (veja a merda que deu quando tentei comprar vivt3 no fracionário), mas a intenção futura é que cada papel varie de 4 a 5% do total e isso será possível quando a carteira tiver um valor maior. 

Este mês já realizei umas vendas, e agora que atingi a quantidade de papéis, para fazer a compra de um papel novo precisarei vender algum outro antes.

E que se iniciem os trabalhos de setembro, para os quais estou sentindo maus fluidos a frente.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Rentabilidade - Julho de 2012

Mais um mês encerrado, ou melhor, apenas o segundo ainda. Esse mês essa alta no final pegou todo mundo de surpresa, fazendo a felicidade de muitos com seus bons rendimentos em renda variável. 

Comigo não foi diferente. Obtive alta de 3,83% contra 3,51% do Ibovespa. Apesar disso não obtive a minha meta de superar em 0,80% o índice. Consegui superar por 0,60%. Foi quase. 

Abaixo você vê os detalhes. Fechei o mês com 31.548,00 reais. A coluna % mês/ibov é a relação entre o meu rendimento e o Ibovespa. Verde significa que foi acima da meta e vermelho abaixo da meta de 0,80%. A coluna % ano é o acumulado do ano, no caso partir de junho. A coluna % ano/ibov é o rendimento acumulado em relação ao ibov. Como em junho fiquei bem acima do ibov, ainda estou acima da meta acumulada, que é a última coluna.


Repare que eu adotei propositadamente o primeiro valor da cota igual ao Ibovespa do fim de maio, que foi de 54.490 pontos. Assim a evolução do valor da cota já dá uma noção do rendimento absoluto da carteira. Por exemplo, o valor final da cota de julho foi 580,49, o que equivaleria a 58.049 pontos, portanto acima do Ibovespa que foi 56.097. Essa idéia eu copiei do valor da cota do Bova11.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Quem quer ser um milionário?

Pessoal, hoje vi um vídeo que tem tudo a ver com a proposta do meu blog. Parece até que foi feito sob encomenda para mim.

É uma reportagem da Globo falando do poder de compra de 1 milhão de reais nos dias de hoje. Fala sobre a dissonância entre a imagem que temos de alguém milionário e a realidade de se ter 1 milhão de reais. Exatamente o que eu discorri no meu primeiro post. 

Novamente, não me entendam mal. Aqueles que estão começando agora a construir seu patrimônio tenham como alvo atingir R$ 1.000.000,00. Esse é o principal milestone do caminho da riqueza e será muito gratificante quando você conseguir isso. Porém, tão logo você vai descobrir que a jornada não para aí e novas metas serão necessárias.





Bom, encerro aqui, final do mês está chegando e o balanço de resultado também. Mas fica a questão, será que vou conseguir bater o ibovespa por 0,80% como me propus?

domingo, 1 de julho de 2012

Rentabilidade - Junho de 2012

Esse é o primeiro mês que apresento o balanço de rendimento. Eu comecei a montar a minha carteira em maio e vou realizando as compras ao longo do mês e não numa data exata.
 
                     PB         Ibov          Acima do Ibov   Acumulada
maio/12      -0,03%    -11,86%
junho/12      2,63%     -0,25%         2,89%                 2,60%

Coloquei a rentabilidade de maio só para não ficar omisso, mas não serve de comparação com o rendimento do Ibov, porque a maior parte das compras foram no fim do mês, quando o Ibov já tinha caído muito.

A rentabilidade de junho foi calculada com o sistema de cotas com ajustes no valor da cota em cada compra. Ou seja, é ganho real, o aporte não conta como rentabilidade.

O rendimento de junho ficou 2,89% acima do Ibov, o que superou a minha meta de 0,8%, que expliquei nesse post Batendo o Ibovespa. Esse cálculo não é feito subtraindo o Ibov da rentabilidade PB, mas feito capitalizado (1,0263/0,9975=1,0289).

No post anterior, Índice Primeiro Bilhão, eu disse que usaria esse índice para cálcular diretamente o ganho da carteira PB ante o Ibovespa. Entretanto, ao realizar o mesmo cálculo utilizando o sistema de cotas para conferir se os valores conciliavam, encontrei uma divergência entre os métodos. É pequena a diferença, mas que mês a mês ampliaria e geraria discrepâncias.

Assim, por precaução até eu encontrar o que está provocando essa diferença no índice, vou publicar apenas os rendimentos pelo sistema de cotas, já que esse é inquestionável. Então desconsiderem os rendimentos apresentados no post anterior.

Mas isso não muda em nada a minha meta de que a carteira tem que render pelo menos 0,8% acima do Ibovespa.

Ainda estou fazendo as compras para fechar as 20 ações, então em breve publicarei a carteira completa.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Ipbi - Índice Primeiro Bilhão

Estou montando lentamente a minha carteira de ações. Como creio que o pior da crise ainda está por vir, estou segurando a grana para torrar quando ela vier. Mas ao mesmo tempo não posso ficar inerte esperando na parada por um onibus que pode não vir, então por mês vou comprar R$ 10.000,00 reais, independente do valor do ibov.

Defini que minha carteira vai ter 20 ações de diferentes empresas, sendo que em média cada uma represente 5% do patrimônio da carteira. Já tenho 12 ações e quando inteirar as 20, volto a comprar as primeiras refazendo o ciclo, caso estejam com preço bom ainda.

Pode parecer muito 20 ações, mas foi o que defini para ter um nível de volatilidade reduzida. Como já disse, não pretendo, nem preciso, de uma rentabilidade absurda, mas apenas 0,8% ao mês superior ao que o ibovespa dá. 

Com os critérios de seleção de ação que estou usando, espero que resultem numa carteira com rentabilidade superior ao ibovespa, mas como terá menos ações que o ibovespa (que tem cerca de 65), então terá volatibilidade maior, mas nada que não seja suportável.

O problema de se investir em poucas ações, tipo 3 ou 4, é que o potencial de rentabilidade aumenta muito, mas a volatibilidade atinge níveis que o investidor durante uma baixa exagerada e prolongada acaba se desfazendo dos papéis e não prossegue com sua estratégia até que o resultado apareça. Pretendo no futuro falar mais sobre isso.

Mas o objetivo desse post mesmo é apresentar o Índice Primeiro Bilhão (ipbi). Mais do que saber quanto de grana tenho na bolsa, eu quero saber quanto ela já rendeu, ou melhor quanto que ela já rendeu em comparação com ibovespa. O ibovespa é o meu benchmark. Para isso criei o ipbi que é simplesmente o índice baseado nas ações da minha carteira e ponderado pelo peso delas.

Me deu um certo trabalho para desenvolver o mecanismo de cálculo do ipbi, já que toda vez que comprar e vender ações vou ter que rebalancear o ipbi em função dessas modificações.

Não vou apresentar aqui a planilha com a rotina desses cálculos. Mas a premissa é de que a ação comprada ou vendida afeta o valor do índice na proporção do seu valor em relação ao total da carteira e em função do valor do fechamento ibovespa no dia. A diferença desse sistema em relação ao sistema de quotas é que este desconsidera o valor do ibovespa, ele apenas compara o valor atual da carteira versus a grana injetada na carteira.

E o meu índice me diz quanto eu estou ganhando/perdendo, caso em vez de ter comprado/vendido a ação X, tivesse, com a mesma grana, comprado/vendido o ibovespa.

Em razão desse vínculo, o ipbi é facilmente comparável ao ibovespa. Por exemplo, aqui segue o rendimento da carteira do seu início em 9/5, até os dias em que fiz compras e hoje:

Data Ibov Ipbi Rend
9/5 59786 59786 0,0%
11/5 59445 60601 1,9%
30/5 53797 55253 2,7%
31/5 54490 56539 3,8%
25/6 53805 56555 5,1%
27/6 53108 56148 5,7%

Ainda é cedo para qualquer conclusão, porém fiquei muito otimista com esse resultado. Em menos de dois meses um descolamento de quase 6% e ganho em todos os períodos medidos. Como preciso de 0,8% ao mês, isso já dá uma folga para compensar os meses que não acompanhar o ibov.

O fato de o ipbi ter começado com 59786 e estar em 56148 não significa que perdi dinheiro na mesma proporção, pois a medida que fiz novas compras com o ibov mais baixo, isso provoca a redução do ipbi também. Na verdade apesar de toda a queda da bolsa desde comecei a comprar, se eu liquidasse a carteira hoje teria um lucro de R$ 200,00.
 
Ou seja, o ipbi não mede o rendimento da carteira em termos percentuais de dinheiro ganho ou perdido, mas em termos relativo ao ibovespa, caso tivesse investido nesse índice.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Batendo o Ibovespa

Relembrando o meu segundo post, para produzir um bilhão de reais vou precisar de três ingredientes: aporte inicial de R$ 500.000,00, aportes mensais de R$ 5.000,00 e rentabilidade acumulada de 27,1% ao ano. O primeiro já tenho. O segundo espero tê-lo ao longo dos 30 anos. Fácil, né? De jeito nenhum. O terceiro ingrediente é o mais difícil de todos, 27% ao ano é muita coisa, pior ainda quando se precisa de 30 anos seguidos com essa rentabilidade.

A forma que decidi tentar conseguir essa rentabilidade é na bolsa de valores. Nada de negocio próprio, imóveis, gado, nada real que gere PIB, isso dá trabalho demais. Mas só bolsa de valores é meio vago né, pois sabemos que a bolsa oferece várias possibilidades de investimentos. Buy&hold, short selling, derivativos, futuros, trades, micos, um combinando com o outro gera muitas formas de se operar.

Eu optei pelo arroz com feijão, ou seja, comprar ações de empresas boas e baratas, que paguem bons dividendos, e reinvesti-los. Eventualmente alugar algumas. Simples assim. Uma receita para lá de batida.

A questão que não me sai da cabeça é como conseguir os 27% ao ano.

Verificando quanto deu a rentabilidade do ibovespa do final de dezembro de 1994 ao final de maio de 2012, temos que o índice partiu de 4.353,92 e atingiu 54.490,41 pontos. Isso dá um retorno acumulado nesses 17 anos e 5 meses de 1.151%. Ou 15,6% ao ano ou 1,16% ao mês.

Esse ganho é apenas nominal, não considera a inflação do período, mas como já disse nos posts passados, não estarei considerando a inflação desde que ela permaneça nos níveis presentes. Por este motivo não ampliei o cálculo da rentabilidade do ibovespa para antes de 1994 devido a hiper inflação à época, o que gerava um ganho nominal alto do ibovespa, mas que não era real, mas apenas compensação da inflação. Se quisesse usar períodos dessa época teria que descontar a inflação, mas como não confio nos índices da inflação daquela época, vou ficar apenas com o histórico de 17 anos e 5 meses.

Fiz esse cálculo apenas para mostrar que se eu tivesse investido em um ETF que replicasse o ibovespa, a minha meta não seria cumprida. Na verdade, assumindo essa rentabilidade do ibovespa para o futuro, eu levaria 50 anos a partir do mesmo aporte inicial e mensal. Por esse motivo os ETF estão fora de cogitação, pois ainda que tenham outros que não sigam o ibovespa, como não tem um histórico longos deles, não tem como eu assumir uma rentabilidade média.

Como o meu investimento se baseará em uma carteira de ações e isso é renda variável, eu não tenho como garantir que anualmente conseguirei os 27%, pois esse valor seria na média, mas na prática uns anos vão dar mais, outros menos e alguns até negativo. Então para se saber se a minha carteira está perfomando bem a cada momento, nada mais natural que o benchmark para aferir isso seja o próprio ibovespa.

Sabendo que eu preciso de 27,1% ao ano e o ibovespa me dá 15,6%, então eu preciso conseguir um rentabilidade anual de 9,95% superior ao ibovespa (1,271/1,156=1,0995), ou 0,8% capitalizado ao mês.

Assim, mês a mês poderei comparar a rentabilidade da minha carteira perante o ibovespa e ver se estou conseguindo 0,8% de ganho sobre o que o ibovespa deu. Por exemplo: ibov rendeu 5% num mês, a minha carteira tem que ter rendido 5,84% (1,05x1,008=1,0584); ibov rendeu 20% num mês, a minha carteira tem que ter rendido 20,96% (1,2x1,008=1,2096); ibov caiu 10% num mês, a minha carteira tem que ter caído 9,28% (1-0,9x1,008=0,0928).

É claro que nem essa meta mensal é garantida, assim qualquer ganho acima da meta é benvinda para compensar ganhos abaixo da meta em outros meses, ou pior, abaixo do próprio ibovespa.

No próximo post vou discorrer sobre como pretendo montar minha carteira e controlar fidedignamente a sua rentabilidade.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O milagre dos juros compostos

Bem, aqui segue como eu pretendo me tornar bilionário. Como eu já disse, tenho um patrimônio de um pouco mais de um milhão de reais. Nada de herança, mega sena ou produto de crime, tudo dinheiro poupado do salário e acumulado ao longo de vários anos. Eu não sou um garoto recém formado que começou a poupar agora, já tenho uma vida de trabalho e economia, assim não veja meu patrimônio como algo absurdo se você esta começando agora, mas veja como um objetivo factível mediante frugalidade e paciência.

Desse patrimônio mais da metade dele é o imóvel em que resido, então não posso contar com essa parte do patrimônio para alcançar a meta do bilhão, pois, nesse sentido, ainda sou meio conservador e acredito que ter o seu imóvel próprio e quitado é uma forma de segurança familiar.

Assim, me sobra mesmo para fazer o que eu quiser R$ 500.000,00 para investir. Esse é o aporte inicial que tenho para para dar o pontapé inicial na bola de neve do bilhão.



 O segundo ponto para minha acumulação é o aporte mensal que posso fazer. Graças a uma ótima qualificação, eu tenho um salário bem acima da média do brasileiro e posso aportar R$ 5.000,00 por mês.

Aqui faço uma observação para quem está começando a trabalhar e poupar. No começo da acumulação os aportes são muito mais importantes que a rentabilidade que você consegue. Assim, se preocupe em ter a maior renda possível, seja se qualificando mais, fazendo hora-extra, tendo vários empregos, fazendo concurso, etc. No decorrer do crescimento do patrimônio os aportes começarão a ter menor influência relativa, mesmo se aportando o mesmo valor, e o valor gerado pela rentabilidade crescerá em importância até o ponto em que os aportes mensais serão irrelevantes perante a rentabilidade mensal.

Voltando ao bilhão, de posse desses dois parâmetros, aporte inicial de 500k e aporte mensal de 5k, além do prazo para a meta, já dito no primeiro post, de 30 anos, o que dá 360 meses, juntando tudo isso na minha HP 48G, encontro que preciso de uma rentabilidade mensal de 2,02% ao mês ou 27,1% ao ano. Lembrando que tudo na forma nominal e desprezando-se a inflação, conforme explicado no primeiro post. Essa é a receita para cozinhar um bilhão de reais em 30 anos.

Bem, esse é meu desafio, obter na média rendimento de 2,02% ao mês por 360 meses seguidos. Onde investir e como fazer para conseguir isso, veja no meu próximo post.

sábado, 2 de junho de 2012

Aqui tudo começa

Este é apenas mais um blog de alguém querendo acumular riqueza como tantos outros na internet. Para isso todos nós investidores temos sempre um objetivo futuro para justificar a economia, a vida frugal e canalizar o máximo de recursos para os investimentos. Um desses objetivos mais comuns, e lógico, é a bendita independência financeira. Não ter chefe, não ter que cumprir horário, não ter que trabalhar, simples assim.

No meu caso, eu ainda sou escravo do trabalho, mas não vou usar a independência financeira para me motivar. O meu objetivo financeiro é conquistar o primeiro bilhão de real. Isso mesmo, eu quero conseguir ajuntar um patrimônio de um bilhão de reais. É claro que muito antes de atingir a minha meta já vou estar vivendo só de renda, afinal ninguém precisa de um bilhão para se libertar. Mas isso não muda nada, o meu objetivo é virar bilionario.

Eu sei que parece loucura, que devo ser o único blogueiro com uma meta tão ousada, mas é isso mesmo. Nem pesquisei, mas se alguém souber de algum blogueiro com meta parecida me avise.

Mas por que essa meta? Bem, isso é muito simples, é que eu já sou milionário, assim me parece natural que o próximo passo seja virar um bilionário. Mas não se iludam achando que sou ricaço, longe disso, apenas tecnicamente sou milionário. Como assim? É que ajuntando todo o meu patrimônio líquido dá um pouco mais de um milhão de reais, então posso dizer sem mentir que sou milionário.

A maior parte do meu patrimônio está em imóveis, e como se valorizaram muito nos últimos anos, como qualquer outro imóvel, acabei sem querer virando milionário. Na verdade, um milhão está bem banalizado, não é mais aquela coisa que foi um dia, tudo graças a inflação. Não estou tripudiando ninguém que ainda esteja longe do primeiro milhão, mas qualquer um que tenha um bom apartamento quitado de três quartos em um grande capital está próximo de receber o título de milionário. Mas convenhamos desde quando alguém que tem um ap de três quartos se enquadra no nosso sonho de um milionário?

Por isso que o meu objetivo é virar bilionário. Isso sim ainda tem valor. É certo que não vai ser rápido, estimo levar 30 anos. Tampouco não me importará o valor real de 1 bilhão quando eu conquistá-lo. O que quero é valor nominal de um bilhão de patrimônio para que eu auto me intitule Bilionário. Nesse sentido a inflação vai me ajudar pois ao longo de 30 anos vai corroer o valor do bilhão e ficará mais fácil alcançá-lo. Lógico que estou falando de inflação no padrão atual, se tiver hiperinflação no futuro vou alcançar a meta em poucos meses, mas daí não vai valer nada mesmo, como não valia na decáda de 80.

Paro aqui, mas no próximo post narrarei como vou pretendo conseguir minha meta. E RUMO AO BILHÃO!